“No ano em que eu entrei para a escola, choveu por mais de mil dias.
Todos os dias chovia, pelo menos, um bocado. Nesse ano, aprendemos a achar que os dias eram bons, quando a chuva molhava horas pequenas e que eram maus, quando não havia espaço entre os pingos que servisse para jogar à bola, ou correr sem parar nos tempos curtos dos recreios.
De início, todos achámos piada à chuva, porque servia para calçar as botas de borracha e, com elas, podíamos caminhar dentro de água como gigantes a andar no mar. O recreio estava cheio de lagoas, rios Nilo e Amazonas, todos os mares do mundo e outros tantos inventados”. (continua…)
Ilustrações para o texto “Doença da Chuva”, escrito por Liliana Ramos